Exposição “de Maria a Mulher” no Espaço Justiça da SGMJ
A exposição celebra a evolução dos direitos das mulheres no pós-25 de Abril.
Cartaz da exposição “de Maria a Mulher”
A exposição é de entrada livre e estará patente ao público no Espaço Justiça, da Secretaria-Geral do Ministério da Justiça (SGMJ), na Praça do Comércio, em Lisboa, pelo período de 2 meses.
Com inauguração às 16h, do dia 21 de abril, pela Ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.
Um percurso pela história das mulheres em Portugal
“de Maria a Mulher” é uma exposição que propõe uma viagem cronológica e temática pela história recente das mulheres em Portugal, desde o período imediatamente posterior à Revolução de Abril até à atualidade. O objetivo é dar visibilidade às transformações sociais, jurídicas e culturais que marcaram a vida das mulheres nas últimas cinco décadas.
Através de uma seleção de documentos do acervo do Ministério da Justiça, diplomas legais, imagens de arquivo, testemunhos históricos e dados estatísticos, a exposição revela não apenas os marcos legislativos e institucionais, mas também os movimentos sociais, feministas e cívicos que estiveram na base dessas mudanças.
Trata-se de um convite à memória, à reflexão e ao reconhecimento do caminho trilhado por tantas mulheres — muitas vezes anónimas — na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Uma simbologia com sentido: de Maria a Mulher
O título da exposição — “de Maria a Mulher” — carrega consigo um forte simbolismo. “Maria” representa o arquétipo da mulher anónima, silenciosa, confinada ao espaço privado e doméstico, sem voz nem autonomia reconhecida na esfera pública. Com a Revolução de abril e as mudanças que se seguiram, essa figura transforma-se: a mulher torna-se sujeito de direitos, participante ativa na vida social, económica, política e cultural do país.
Esta transição não foi, contudo, linear nem isenta de obstáculos. A exposição mostra que, apesar dos avanços legislativos significativos, persistem desafios estruturais e desigualdades de género, que continuam a exigir atenção e ação.
Três núcleos, três dimensões da desigualdade
A exposição organiza-se em três núcleos temáticos centrais, que abordam questões-chave da experiência feminina em Portugal, num cruzamento entre o privado e o público, o legal e o cultural, o histórico e o atual:
- Direito a Matar
- Trabalhar por Direito
- Aborto: um Direito?
Cada núcleo procura dar a ver não apenas os avanços legislativos, mas também os contextos sociais e políticos que os moldaram, revelando as tensões entre o conservadorismo cultural e as aspirações democráticas de igualdade.
Um compromisso com o futuro
Mais do que uma revisitação do passado, “de Maria a Mulher” é um apelo à responsabilidade coletiva no presente e no futuro. A exposição convida todos os visitantes a refletir sobre o papel do género na distribuição do poder, das oportunidades e das liberdades individuais, num tempo em que novas formas de desigualdade e discriminação continuam a emergir.
Esta é uma oportunidade para assinalar e celebrar o caminho de transformação percorrido por gerações de mulheres, da figura anónima da “Maria” à mulher com voz, poder e presença ativa na construção da história.
A SGMJ convida todo/a(s) a participar nesta inauguração especial e a visitar a exposição, que ficará patente ao público no Espaço Justiça durante dois meses. Até 20 de junho de 2025 poderão ocorrer visitas guiadas, mediante marcação prévia.